
Hoje inicio aqui uma série de posts sobre a minha viagem para a Suíça. Vou “começar do começo”, que inclui a parte de organizar a viagem – com algumas dicas interessantes para quem vai viajar, independente do país. Depois faço outros posts sobre os passeios (que foram lindos, por sinal!) também.
Crédito da imagem: Marina Pastore
Como eu decidi viajar?
Bom, a decisão de viajar foi meio na louca. Tenho uma amiga que está morando em uma cidade da Suíça, Kandersteg. Um dia, no final de agosto, nos falando pelo Facebook, eu comentei que iria entrar em férias em setembro e ela também. Aí brinquei que iria lá e visitá-la e a brincadeira virou verdade. Só que eu iria ter que correr muito para agilizar tudo e o meu passaporte estava vencido.
Renovação do passaporte
Bom, esta era uma parte que me preocupava bastante. Isso porque meu passaporte estava vencido desde junho deste ano. Por coincidência, em agosto, antes de saber que eu iria viajar, eu havia feito um agendamento para renovação do passaporte no site da Polícia Federal, que tinha ficado para 07 de outubro. Como eu não tinha planos de viajar pro exterior mesmo, não me importei com a distância da data. Paguei a taxa (Guia de Recolhimento da União – GRU) e estava esperando chegar o dia. Só que quando eu decidi viajar, me bateu o desespero – e agora, José? Como fazer para renovar meu passaporte de uma hora pra outra? Foi aí que minha mãe me falou que é possível fazer um encaixe. Você chega lá com toda a documentação necessária (clique aqui para ver os documentos necessários) para fazer o passaporte e o comprovante de pagamento da GRU e eles fazem um encaixe para que você possa fazer o passaporte. No meu primeiro dia de férias, dia 01/09, corri para fazer isso. Acordei às 6h da manhã e cheguei lá no primeiro horário, das 7h e pouco. Consegui fazer um encaixe e foi bem rápido. Mas o meu passaporte ficaria pronto no dia 10/09, que seria um dia antes de eu viajar. Medo total!!! Mas no fim deu tudo certo, meu passaporte ficou pronto antes do prazo, no dia 05/09. Como estava viajando, fui buscá-lo no dia 09/09 e deu tudo certo.
Uma coisa que eu não sabia, é que eles fazem também passaporte de emergência, que fica pronto em um dia. Só que, pelo que vi no site, eles pedem que tenha uma justificativa. (Mais informações aqui).
Compra das passagens
Essa foi a parte mais complicadinha. Comecei vendo com um agente de viagens, que era indicação da minha chefe. As passagens não estavam baratas e eram tudo meio “viagem do corvo”. Uma ia para Portugal, depois pra Milão e de lá eu pegaria um trem pra cidade da minha amiga na Suíça, que era Kandersteg. Fui na agência de viagens do Polloshop e vi uma que parecia perfeita. Ia pra Frankfurt, depois pra Genebra e de lá pegaria um trem pra Kandersteg, com um preço mais aceitável. Só que eu não fechei na hora. E quando voltei lá no dia seguinte, já não havia mais essa possibilidade. Ai comecei a andar por várias agências de viagem e tudo estava caro demais. Aí vi uma passagem no Submarino Viagens, que não estava tão cara quanto nas agências mas também não estava barata, permitia pagar em 10 vezes, só que tinha muitas taxas. Como era um sábado e eu estava com medo de que os preços aumentassem vertiginosamente na segunda, resolvi comprar. Eu iria para Roma, de lá para Genebra e em Genebra pegaria um trem para Kandersteg. Na volta, teria que pegar um trem pra Genebra, depois um avião para Paris e de Paris viria para o Brasil. Bem, nem preciso falar que na segunda-feira, o agente de viagens indicado pela minha chefe enviou uma proposta mais barata, né? Mas aí já estava tudo comprado. Fué, fué, fué…
Se eu pudesse voltar no tempo, teria comprado a passagem com o agente de viagens. Isso porque tive um grande problema lá. A Air France resolveu entrar em greve na semana em que eu estava lá e vários voos estavam sendo cancelados, inclusive voos para o Brasil. E eles estavam pedindo para que as pessoas remarcassem suas passagens para depois do dia 22. Bom, o fato é que eu não teria como ficar tanto tempo a mais (haja dinheiro) e nem estava a fim de passar perrengue no aeroporto. Como li que eles estavam fazendo o reembolso, resolvi comprar outra passagem quando já estava lá. Meu pensamento foi: minha prioridade é voltar pro Brasil, depois eu resolvo a pendenga com a Air France, nem que seja na justiça ou no Procon. O fato é que meu voo acabou sendo mesmo cancelado e foi uma sorte eu ter comprado essa outra passagem assim que soube da notícia. Com isso, eu acabei conhecendo Milão também. O ponto ruim é que perdi mais tempo com deslocamentos do que eu havia previsto e tive que gastar com hospedagem. Mas fica a lição, né? Air France nunca mais e na próxima vez creio que seja melhor comprar com agente de viagens mesmo.
Documentação para viajar
A Suíça não faz parte da União Europeia, mas faz parte do Tratado de Schengen, então não é necessário visto para visitar o país. O que é necessário:
– Passaporte válido por até três meses após a data de viagem;
– Seguro de viagem no valor de 30 mil euros para emergências de saúde. Neste caso, descobri que o cartão Visa Platinum oferece para quem compra a passagem com este cartão um seguro gratuitamente. Foi muito fácil fazê-lo. Para saber mais, é só clicar aqui;
– Passagem de ida e volta para o país em até 90 dias (prazo máximo para permanecer sem visto no país);
– Comprovante de recursos financeiros (cartão de crédito internacional, cheques de viagem, dinheiro em moeda corrente no país);
– Reserva de hotel ou carta-convite (em um dos idiomas oficiais da Suíça) da pessoa residente na Suíça, quando se tratar de uma visita a convite.
Bom, no meu caso, eu precisava da carta-convite, pois iria ficar na casa da minha amiga. Aí veio a questão: como fazer? Acabei seguindo o que dizia no site da Confederação Suíça:
*Carta-convite da pessoa residente na Suíça: Não há um modelo específico para a carta-convite, no entanto, ela deve conter necessariamente as seguintes informações:
- Declaração do anfitrião residente na Suíça de que o viajante é seu convidado redigida em um dos idiomas oficiais da Suíça e datada;
- Nome completo, números de telefone e endereço completo do anfitrião na Suíça;
- Nome completo, números de telefone e endereço completo do hóspede convidado;
- Assinatura do anfitrião residente na Suíça.
A carta-convite pode incluir também informações sobre:
- Que o residente na Suíça pretende providenciar a alimentação e acomodação do viajante;
- Motivo da visita.
Mas cada país tem uma orientação diferente. Então, se você precisar da carta-convite, sugiro que consulte o consulado do país que irá visitar.
Como li que era comum pararem mulheres sozinhas na imigração, por via das dúvidas, resolvi levar também documentos que comprovassem meus vínculos com o país – cópia da certidão de casamento, meu holerite, documento da empresa que eu trabalho dizendo que estou de férias e até extrato do cartão de crédito. Eu estava morrendo de medo que me parassem, mas no final das contas o pessoal da imigração na Itália mal olhou pra minha cara e só carimbou meu passaporte. Ninguém me fez pergunta nenhuma. Mas o carinha que estava na minha frente na fila foi levado para algum lugar, não deixaram ele passar assim tão fácil.
Dinheiro
Na Suíça, eles usam o Franco Suíço (CFH), porém aceitam o Euro também. O Franco Suíço é um pouco mais barato que o Euro. Eu acabei levando somente o Euro, por ser mais fácil de trocar depois da viagem, caso fosse necessário. O ruim é que quase tudo que eu pagava em Euro, depois eles me devolviam francos suíços de troco. O ruim é que no final da viagem, como ainda teria que passar pela Itália, teria que desovar todos os meus francos. A sorte é que minha amiga trocou comigo antes de eu sair. Para não levar tudo em dinheiro, levei um cartão de débito também. Sim, sei que tem o IOF, que não compensa, mas só para ter uma outra forma de pagamento e não andar com tanto dinheiro.
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